São de longa data os problemas da educação pública brasileira e se traduzem na baixa qualidade de ensino, nas altas taxas de exclusão educacional que ao longo dos séculos, têm se revestido sob a forma de falta de acesso e de permanência na escola ou da não-aprendizagem pelo aluno. Ao longo do século XX, algumas políticas educacionais têm sido instituídas no sentido de tentar democratizar e garantir uma educação básica pública com qualidade para todos. No que diz respeito à universalização do acesso e da permanência, gradativamente, o país vem alcançando, revelando nos últimos anos um atendimento, de mais de 97% da demanda de crianças em idade escolar. Todavia, no que dizem respeito à qualidade, os indicadores nacionais e internacionais apontam um grande distanciamento do que se rege a vida em sociedade, o que coloca uma grande parcela de cidadãos ainda excluída desses direitos.
Transversalidade termo que, na educação, é entendido como uma forma de organizar o trabalho didático na qual alguns temas são integrados nas áreas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas. O conceito de transversalidade surgiu no contexto dos movimentos de renovação pedagógica, quando os teóricos conceberam que é necessário redefinir o que se entende por aprendizagem e repensar também os conteúdos que se ensinam aos alunos.
A partir da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, foram definidos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que, por sua vez, orientam para a aplicação da transversalidade. No âmbito dos PCNs, a transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da realidade). Não se trata de trabalhá-los paralelamente, mas de trazer para os conteúdos e para a metodologia da área a perspectiva dos temas. Dessa forma, os PCNs sugerem alguns “temas transversais” que correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural.
A transversalidade se difere da interdisciplinaridade porque, apesar de ambas rejeitarem a concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, a primeira se refere à dimensão didática e a segunda à abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. Ou seja, se a interdisciplinaridade questiona a visão compartimentada da realidade sobre a qual a escola se constituiu, mas trabalha ainda considerando as disciplinas, a transversalidade diz respeito à compreensão dos diferentes objetos de conhecimento, possibilitando a referência a sistemas construídos na realidade dos alunos.
A transversalidade aliada á interdisplinaridade surgiram como formas de ajudar a educação a encontrar a qualidade de ensino que tanto se espera de um país democrático. Isso é um grande avanço para romper com aquela escola do passado onde grupos étnicos ameaçados ou segregados, pessoas com deficiência, jovens em condições de risco e analfabetos eram excluídos do contexto escolar de forma preconceituosa e humilhante. As famílias se transformaram e as escolas precisam acompanhar a nova realidade social e se adequar a ela para assim formar cidadãos críticos e atuantes na nova sociedade contemporânea.
Um pouco da história da educação
Tempos de Estado Novo e expansão da escola secundária
1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde.
1932 Publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, liderado por Fernando de Azevedo (1894-1974) e assinado por 26 educadores, entre eles, Anísio Teixeira (1900-1971). O documento defende o ensino integral, público, laico e obrigatório.
1934 A nova Constituição Federal institui pela primeira vez a educação como um direito de todos. Os saberes escolares se voltam para conhecimentos científicos e comportamentais, baseados em valores morais. Os currículos privilegiam os temas relacionados à higiene e aos cuidados com a saúde.
1937 O golpe do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) interrompe as mudanças educacionais que vinham sendo discutidas desde 1932. Há um impulso na formação do magistério, com a reorganização de algumas escolas secundárias.
1938 Criação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Instituto Nacional de Estudos de Pedagogia (Inep).
De 1942 a 1946 O curso secundário passa a ser constituído do ginásio, de quatro anos, e do colegial, de três, dividido em curso clássico e científico. É estabelecido o ensino profissionalizante mantido pelo estado e pelas indústrias. A legislação recomenda que as mulheres freqüentem escolas exclusivamente femininas.
1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde.
1932 Publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, liderado por Fernando de Azevedo (1894-1974) e assinado por 26 educadores, entre eles, Anísio Teixeira (1900-1971). O documento defende o ensino integral, público, laico e obrigatório.
1934 A nova Constituição Federal institui pela primeira vez a educação como um direito de todos. Os saberes escolares se voltam para conhecimentos científicos e comportamentais, baseados em valores morais. Os currículos privilegiam os temas relacionados à higiene e aos cuidados com a saúde.
1937 O golpe do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) interrompe as mudanças educacionais que vinham sendo discutidas desde 1932. Há um impulso na formação do magistério, com a reorganização de algumas escolas secundárias.
1938 Criação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Instituto Nacional de Estudos de Pedagogia (Inep).
De 1942 a 1946 O curso secundário passa a ser constituído do ginásio, de quatro anos, e do colegial, de três, dividido em curso clássico e científico. É estabelecido o ensino profissionalizante mantido pelo estado e pelas indústrias. A legislação recomenda que as mulheres freqüentem escolas exclusivamente femininas.
1950 Lançamento da cartilha Caminho Suave, de Branca Alves de Lima.
1959 Divulgação do Manifesto dos Educadores, assinado por mais de 190 pessoas, entre elas, o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). O documento critica o discurso conservador da Igreja Católica sobre o ensino e a lei que defendia o apoio à escola privada.
1959 Divulgação do Manifesto dos Educadores, assinado por mais de 190 pessoas, entre elas, o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). O documento critica o discurso conservador da Igreja Católica sobre o ensino e a lei que defendia o apoio à escola privada.
Anos 1960 Durante a ditadura ,a rede cresce ,mas em qualidade.
1961 Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional (LDB), que determina o fim dos exames de admissão para o colegial, tornando a escola aberta, mas não obrigatória para os concluintes do 4º ano primário.
1962 Surgem o método Paulo Freire. Para o educador pernambucano (1921-1997), a valorização da cultura do aluno é o caminho para a conscientização política e a aprendizagem.
1967 A nova Constituição estabelece pela primeira vez a obrigatoriedade do ensino até os 14 anos. Para combater o analfabetismo é criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).
1968 A revolta estudantil acontece em vários países. No Brasil, alunos reivindicam mais vagas nas universidades públicas e o fim da ditadura militar.
1969 Lei institui as disciplinas de Educação Moral e Cívica no primário, Organização Social Política Brasileira (OSPB) no Ensino Médio e Estudos de Problemas Brasileiros (EPB) no Superior. As imagens contam que...
O regime militar (1964-1985) impõe o civismo na educação. Momentos solenes, como o hasteamento da bandeira e apresentações de ginástica, demonstram a ordem estabelecida, em contraste com o movimento das ruas
1961 Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional (LDB), que determina o fim dos exames de admissão para o colegial, tornando a escola aberta, mas não obrigatória para os concluintes do 4º ano primário.
1962 Surgem o método Paulo Freire. Para o educador pernambucano (1921-1997), a valorização da cultura do aluno é o caminho para a conscientização política e a aprendizagem.
1967 A nova Constituição estabelece pela primeira vez a obrigatoriedade do ensino até os 14 anos. Para combater o analfabetismo é criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).
1968 A revolta estudantil acontece em vários países. No Brasil, alunos reivindicam mais vagas nas universidades públicas e o fim da ditadura militar.
1969 Lei institui as disciplinas de Educação Moral e Cívica no primário, Organização Social Política Brasileira (OSPB) no Ensino Médio e Estudos de Problemas Brasileiros (EPB) no Superior.
O regime militar (1964-1985) impõe o civismo na educação. Momentos solenes, como o hasteamento da bandeira e apresentações de ginástica, demonstram a ordem estabelecida, em contraste com o movimento das ruas
Tempos de Mobilização de professores
e novas teorias pedagógicas
1971- Acontece a reforma do Ensino Fundamental e do Médio. É ampliada a obrigatoriedade do ensino de quatro para oito anos. Uma parte do currículo contempla uma educação geral e outra, conteúdos específicos para habilitação profissional. Algumas disciplinas se tornam obrigatórias, como Educação Artística e Programa de Saúde e Religião.
1978- Professores se mobilizam em diversos estados para recuperar as perdas salariais, regulamentar a carreira do magistério e reivindicar melhores condições de trabalho.
1979- Promulgação da anistia aos presos políticos exilados, como Leonel Brizola (1922-2004) e Paulo Freire.
e novas teorias pedagógicas
1971- Acontece a reforma do Ensino Fundamental e do Médio. É ampliada a obrigatoriedade do ensino de quatro para oito anos. Uma parte do currículo contempla uma educação geral e outra, conteúdos específicos para habilitação profissional. Algumas disciplinas se tornam obrigatórias, como Educação Artística e Programa de Saúde e Religião.
1978- Professores se mobilizam em diversos estados para recuperar as perdas salariais, regulamentar a carreira do magistério e reivindicar melhores condições de trabalho.
1979- Promulgação da anistia aos presos políticos exilados, como Leonel Brizola (1922-2004) e Paulo Freire.
Anos 1980 escola mais aberta para ênfase da formação
1980- Morre o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Suas idéias sobre a concepção construtivista da formação da inteligência passam a ser discutidas no Brasil.
1982- O ensino profissionalizante deixa de ser obrigatório no nível médio, sendo retomada a ênfase para a formação geral. A disciplina de Filosofia ressurge como optativa.
1985- O movimento estudantil assume importante papel na luta pela anistia de políticos brasileiros e pelas eleições diretas para presidente da República. O Mobral é extinto e em seu lugar é criado o Projeto educar As imagens contam que imagens imagens contam que...
A disciplina não é mais tão rígida e os alunos mostram intimidade com os professores, agora mais próximos e amigos. Os fáceis acessos às máquinas fotográficas automáticas revelam o comportamento dos adolescentes na escola.
1980- Morre o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Suas idéias sobre a concepção construtivista da formação da inteligência passam a ser discutidas no Brasil.
1982- O ensino profissionalizante deixa de ser obrigatório no nível médio, sendo retomada a ênfase para a formação geral. A disciplina de Filosofia ressurge como optativa.
1985- O movimento estudantil assume importante papel na luta pela anistia de políticos brasileiros e pelas eleições diretas para presidente da República. O Mobral é extinto e em seu lugar é criado o Projeto educar
A disciplina não é mais tão rígida e os alunos mostram intimidade com os professores, agora mais próximos e amigos. Os fáceis acessos às máquinas fotográficas automáticas revelam o comportamento dos adolescentes na escola.
Anos 2000 A tecnologia chega à escola, que não é mais só para a elite
“A tecnologia é um bicho-de-sete-cabeças para muitos professores. Em contrapartida, as crianças encontram uma facilidade enorme em lidar com as inovações que surgem dia a dia. Essa situação deixa bem claro o quanto as relações na escola têm que se basear na troca de experiências. A tecnologia pode, sim, aproximar as pessoas e nunca vai substituir o professor.Fonte: Vídeo -aula 1 A história da Educação do Curso de Pós-graduação Ética Valores e Cidadania na escola do ano de 2012.
Precisamos sim da tecnologia,mas a relação professor-aluno sempre vai existir,e isso é fato!
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