Experiências Leitoras e Escritoras
Em se
falando da leitura e escrita, me lembro até hoje de todas as minhas professoras
do Ensino Fundamental I, principalmente minha querida professora Norma da 1ª
série. Faço aniversário no mês de agosto e quando tinha 5 anos minha mãe já
procurou uma escola estadual para fazer a minha matrícula para o ano seguinte,
pois já estava cansada de limpar as paredes de minha casa com os rabiscos que
eu fazia brincando de escrever. Porém, quem era aniversariante de agosto só
poderia ingressar na 1ª série com 7 anos completos e, no ano seguinte eu teria
apenas 6 anos, só completando 7 anos em agosto. Fiquei decepcionada, pois
sonhava em ir para a escola. Até que um anjo, chamado professor Toniquinho
(diretor da escola), resolver depositar sua confiança naquela garotinha de
apenas 5 anos, com os olhos brilhando e em busca do saber. Ele aceitou minha
matrícula na 1ª série. Fui pra casa radiante e não via a hora de começar as
aulas no ano seguinte. Quando o ano letivo se iniciou fiquei deslumbrada com a
escola, os amigos, a professora e principalmente, meu material escolar. Quando
minha mãe comprou minha cartilha fiquei encantada. Minha professora tinha muita
paciência para nos ensinar e era muito brava. Depois que aprendi a ler e
escrever, lembro que eu adorava ir com minha avó até a casa de sua mãe para que
eu pudesse brincar de escolinha com minha bisa, uma vez que ela não sabia ler
nem escrever. Eu era sua professora. Fazia tudo igualzinho ao que minha
professora me ensinara. Foi assim também, com minhas queridas bonecas e meus
amados primos mais novos. Assim sendo, descobri meu verdadeiro dom, “o de
ensinar” e hoje tenho muito orgulho do trabalho que faço junto com os meus
alunos. Procuro mostrar a eles que a leitura e a escrita pode nos levar a um
mundo de encantados sonhos, além de nos proporcionar um grande aprendizado.
Depoimento de Imaculada Conceição Gentil Ripoli
Minha
experiência com a leitura foi muito cedo!!! Minha vizinha era professora e
lecionava em uma escola na zona rural. Como ela não podia ir sozinha com o
motorista eu com apenas 4 anos de idade
era a "acompanhante". Enquanto ensinava seus alunos, eu ficava
na sala desenhando. Até que um dia ,quando ela percebeu, eu já copiava letras
da lousa e já sabia ler. Depois disso comecei a fazer as atividades junto com
os alunos e a ler os textos.
Além
da minha experiência como Dama de companhia, me lembro muito e com carinho das
minhas professoras de 1ª e 3ª séries, Dona Margarida e Dona Aparecida, pessoas
meigas e muito carinhosas mas que me deixavam irritada na hora de escrever a
tal "composição". Distribuíam figuras para os alunos e tínhamos que
inventar uma história sobre a mesma. Apesar de ter aprendido a ler e a escrever
muito cedo, sempre tive uma certa recusa em produzir textos, adorava e continuo
preferindo falar. Minha composição sempre era devolvida para que eu
complementasse o texto, pois escrevia muito pouco, por preguiça de escrever.
Então, toda terça-feira, eu ficava com alguma dor, para não ir a escola, pois,
era o dia da tal composição. A mentira funcionou por algum tempo, mas logo fui
descoberta e, além da composição da escola eu tinha que fazer outras em casa, e
a noite quando todos da família se reuniam na sala eu tinha que ler minha
bendita composição do dia. Aprendi muito com isso tudo e hoje estimulo muito
minha filha a ler, que bem diferente de mim, adora ler e produzir textos.
Depoimento de Jaqueline Leme Silva Silveira
Na
infância e juventude não tive muito incentivo para a leitura, nem na escola e
nem em casa, assim com o passar dos anos comecei a perceber a dificuldade que
tinha para escrever sobre minhas interpretações e argumentações e, o motivo
disto sem dúvida era a falta de uma leitura assídua.
Chegando
a essa conclusão, resolvi mudar de hábito e comecei a ler de tudo um pouco e, o
prazer de ler começou a fazer parte de minha vida, surgindo ao mesmo tempo uma
melhor, na escrita apesar das sequelas.
Diante
desta experiência e contextualização em minha vida, estou sempre incentivando a
leitura de meus alunos e filhos, indicando livros e lendo com eles, pois sei que
através da leitura a criatividade e a autoestima fluirão.
Depoimento de Erika Tomaz Cerdeira Morelli
Olá , boa noite pessoal , tudo bem ?
Ao ler os depoimentos que nos foram apresentados , identifiquei-me com dois ( apesar que todos os depoimentos tem muito a ensinar e lembrar ) . Gostei do depoimento do J.C. Viola quando disse que se interessou em além de " esticar o corpo " procura também "esticar a cabeça " e isso é tão interessante pois se exercitamos o corpo e também a mente , estamos vivendo a vida da maneira mais intensa , é cada pedacinho da nossa vida que está em funcionamento . O depoimento do Rubem Alves também me chamou a atenção quando faz uma comparação com a eucaristia , através da qual se recebe virtudes inseridas naquele que nos serve de alimento . Assim deve ser a leitura , pois incorporamos tudo de bom , virtudes ao lermos um bom texto , nos alimentamos no sentido mais completo da palavra . Desculpem-me o lugar comum , mas uma antiga conhecida e vizinha já dizia : "O saber não ocupa espaço " , aprender portanto nunca é demais , e em minha vida tenho tentado aproveitar oportunidades de aprender pois a sensação de saber é realmente muito prazerosa além de tudo .
Bem , minha experiência com a leitura e escrita começou quando eu ainda não sabia ler e "amolava" minha mãe para que lesse estórias em quadrinhos ou contos de fadas (ganhei uma linda coleção de minha madrinha composta por " Branca de Neve " , " João e o pé de feijão" , " João e Maria " , " Cinderela "entre outros) , e ela tinha que parar o que estava fazendo pra ler pra mim .
Fui alfabetizada na pré-escola por professoras que marcaram minha vida , afinal ali estava a base de tudo .
Já na terceira série , na escola onde hoje trabalho , a professora Maria Cecília propunha que fizéssemos as composições , quando colocava gravuras na barra da lousa e nós criávamos uma estória a partir da imagem que víamos.
Pouco depois , na quarta série , ainda na mesma escola , tínhamos que ir à biblioteca , toda semana , pegar um livro , sendo que a professora (se me recordo bem Dona Bia) , escolheria cada sexta-feira , um aluno para ir lá na frente da sala e contar a estória para a classe . Nossa , dava uma vergonha e um nervosismo terrível !
A partir da quinta série , em outra escola , líamos livros mais complexos , e fazíamos prova sobre o conteúdo do livro .
Ali pela sexta ou sétima série , a professora Dona Nadir , propôs que criássemos um livrinho , uma estória pequena que fosse , e teria de ter ilustrações lógico ! Criei então , foi muito bacana , e como eu gostaria de tê-lo até hoje , como recordação , porém , não sei se ficou com a professora , não sei o que aconteceu .
No ensino médio , a leitura era voltada para vestibulares . Li "Senhora" , " Amor de perdição " , " O primo Basílio " , " Dom Casmurro " , " Auto da barca do Inferno " , " São Bernardo " , etc , a professora Bete do segundo e do terceiro anos sempre pedia que apresentássemos seminários sobre os livros . Eu gostava muito também de quando nas aulas da professora Vera , do primeiro ano , interpretávamos letras de músicas . Foi então que comecei a gostar e valorizar mais ainda o que já tinha algum contato antes : a música popular brasileira.
Nos momentos em que ia escrever porém , tinha e tenho até hoje um pouco de dificuldade . Cheguei fazer um tempo , na época do colegial , curso de redação , o que me ajudou muito . Infelizmente não herdei o gene de meu pai para a escrita . Ele era "poeta" na sua época de escola , escrevia suas poesias pra um jornal do colégio . Um dia achei seu caderno de poesias todo amarelado . Fiquei contente por ter alguém com um dom tão bonito na família, mas ficou perdido no tempo , hoje ele não escreve mais .
Hoje sempre que posso (ou que dá tempo) , acabo dando preferência para a leitura do que é relacionado à área de atuação profissional , essa nossa área é realmente fascinante até pra escrever sobre ciências é mais " gostoso " ! Fico bastante satisfeita quando percebo meus alunos frequentando a biblioteca da escola .
Bom é isso aí , vou terminando , abraços , Erika
Depoimento de Josiane Cipriano da Silva
Minha experiência leitora e escritora começou um pouco antes de entrar na escola, eu morava na zona rural com meus pais, com minha irmã que é três anos mais velha do que eu e, os outros quatro irmãos eram bem mais velhos do que nós duas. Nós ganhávamos muitos livros de historinhas infantis e ficávamos foliando grandes enciclopédias de nossos irmãos mais velhos, olhando todas aquelas imagens bonitas de encher os olhos, e claro que aí surgia grandes questionamentos, o que é isso? onde vive? como se chama? e naquela vontade louca de dominar logo a leitura e a escrita. Começamos a estudar na escola na zona rural mesmo, e pra ajudar bem do lado da minha casa, eu era quem ficava com a chave da escola, abria e fechava todos os dias, mesmo com tão pouca idade já tinha toda essa responsabilidade. Os professores eram da cidade mais próxima (do município de Cajuru), que iam todos os dias dar aula, nessa escola estudei durante 2 anos e depois fui pra escola da cidade. Adora essa fase de minha infância, morro de saudades. Nas primeiras séries tinha uma letra horrível e meus professores viviam reclamando pois não entendiam quase nada e logo em seguida fiz o caderninho de caligrafia pra melhorar a letra, até que melhorou um pouco. Gostava de recitar poesias e criar poesias na escola.
Não tive muito contato com livros de literatura e mesmo quando eu tinha vontade, o cansaço me vencia, pois levantava as 4:30 da manhã para pegar o ônibus para ir para escola na cidade. Me arrependo o pouco contato com os livros, pois com eles realmente a gente viaja sem sair do lugar, conhece vários lugares diferentes. Hoje em dia adoro ler mas, infelizmente não tenho muito tempo, mas pretendo pôr minha leitura em dia e continuar conhecendo vários lugares, hábitos, costumes e culturas diferentes.
Depoimento de Fabio Vitor Gomes de Sousa
Quando estudante do ensino fundamental, gostava muito de escrever. Meu português não era muito bom, mas meus sentimentos eram lindos; hoje tenho um português razoável, mas meus sentimentos perderam um pouco da magia e da inocência da época. De vez em quando escrevo algumas coisas sobre o que sinto. Acho até que fica bom, mas não exponho a maioria das coisas. Gostaria de ter a visão que tinha e conhecimento que tenho.
Depoimento de Eneida Camilo Rodrigues
Em casa os meus pais sempre nos incentivou em relação aos estudos. Meu pai foi um grande exemplo para nós, ele saiu da enxada aos dezoito anos e foi estudar, fez direito em Uberaba na primeira turma e prestou o concurso do estado (fiscal) onde se dedicou e aposentou como fiscal de renda do estado de São Paulo. Minha querida e amada mãe dedicou-se a casa e aos seis filhos, hoje somos agradecidos a eles; o que mais me entristece é que os jovens hoje tem de tudo e não dão valor.
Depoimento Eneida
ResponderExcluirEm casa os meus pais sempre nos encentivou em relaçao aos estudos,meu pai foi um grande exemplo para nós,ele saiu da enxada aos dezoitos anos e foi estudar,fez direito em Uberaba na primeira turma ,e prestou o concurso do estado (fiscal) onde se dedicou e aposentou como fiscal de renda do estado de São Paulo,e minha querida e amada mãe dedicou-se a casa e aos seis filhos,hoje somos agradecidos a eles;o que mais me entristece e que os jovens hoje tem de tudo e nao dao valor.